Minha sala de estar repleta de itens que eu amo e gosto de exibir

Cluttercore ou minimalista? Tem um jeito certo de manter o fluxo energético da casa?

Recentemente li uma matéria que dizia que casas cheias de objetos e com uma certa bagunça organizada era uma das novas tendências de decoração. Batizada de Cluttercore, algo como Desordem Essencial em português. A palavra ‘clutter’ pode ser empregada de diversas maneiras em português. A expressão em inglês se refere ao acúmulo de coisas de maneira desordenada. Portanto, traduzir como desordem ou bagunça está correto, mas o ideal seria ter uma palavra que combinasse as duas. Do ponto de vista energético, o que é melhor? Ser minimalista ou ter uma casa repleta de objetos? Existe um limite para colecionar ou guardar coisas? Tem um jeito certo de manter o fluxo energético da casa?

O que é cluttercore?

Cluttercore pode ser usado para descrever casas com coleções de objetos, muitas cores e padrões, itens expostos apenas ‘porque sim’ e qualquer outra escolha de decoração que fuja dos padrões ‘tudo bege’, ou ‘tudo no seu lugar’, ou, do que recentemente ganhou popularidade no mundo todo, a ideia de minimalismo ou de ter manter o que tem função ou o que você ama, com a difícil ressalva de ser algo que não está te amarrando ao passado e tampouco impedindo receber as bênção do universo no futuro.

Cluttercore a pareceu como tendência de decoração em revistas e sites no fim de 2022. Uma das matérias informava que “Esse estilo de decoração é o oposto do minimalismo e permite que você inclua – e exiba- todas as coisas que você ama na sua casa (A frase em inglês é assim: This decorating style is the opposite of minimalism and allows you to embrace—and show off—all the things you love in your home.)

Estante Cluttercore exibe coleções e objetos que você ama. Tem um jeito certo de manter o fluxo energético da casa? Foto de @timeasley via Instagram

Minha primeira reação ao ler a matéria foi pensar: Se você não puder ser você e guardar o que gosta na sua casa, onde mais?

Mas logo lembrei de como a ideia de “decluttering” ou, tentando novamente traduzir corretamente par ao português, de organizar, reduzir o acúmulo, dar propósito às coisas que possuímos se tornou popular nos últimos anos. Uma busca simples na Internet traz inúmeras informações sobre ‘declutter’.

Mas, afinal, tirar ou guardar? Tem um jeito certo de manter o fluxo energético da casa?

Organização e renovação dos espaços é algo que faz parte de tradições em todo o mundo. Descartar o que não se usa mais, reciclar, são inúmeras as referências, muitas associadas às estações do ano, a fenômenos astrológicos, datas auspiciosas, festas religiosas, datas associadas a divindades.

Nos Estados Unidos, é muito popular fazer uma limpeza e organização caprichadas antes da chegada da primavera. Para o Feng Shui, técnica milenar de harmonização de ambientes, o fluxo energético, chi, força vital que circula por todos os lugares, precisa fluir de maneira harmoniosa, suave, não tão rápida nem devagar, e, principalmente, não ficar estagnada em nenhum lugar. E a disposição dos objetos e como cuidamos deles tem impacto direto nesse fluxo.

Muitas das recomendações e técnicas de organização que eu já li fazem referência aos ensinamentos originais do Feng Shui mesmo sem dar o devido crédito.

Mais recentemente, o método de organização Konmari, criado por Mari Kondo, se transformou em referência quando o assunto é organização. Divulgadora de um estilo de vida minimalista, a especialista japonesa ajudou a divulgar muitos conceitos que associam guardar, acumular ou exibir objetos como algo que é negativo.

Mari Kondo ou Iris Apfel? Tem um jeito certo de manter o fluxo energético da casa?

Minimalismo

Mesmo que popular, o método Konmari sugere uma realidade distante para muitas pessoas. Posso dizer pela minha experiência com técnicas muito rígidas ou muito diferentes da minha rotina, que muitas pessoas acharam as ideias interessantes, mas acabaram adotando apenas algumas sugestões.

Eu pessoalmente não sou fã do método Konmari e fico até hoje intrigada como tanta gente se interessou por esse método de organização dela. Pra mim isso não é sinônimo de minimalismo, é apenas um estilo de vida chato. Só minha opinião!

Mas confesso que a popularidade do método me fez refletir sobre minhas escolhas e que, em alguns momentos, me critiquei por ter objetos que não usava, guardar coisas que fizeram parte de outra etapa da vida e por não ser extremamente organizada como tinha colocado como meta.

Um dos meus cantinhos onde coloco objetos que gosto. Cluttercore ou minimalista? Tem um jeito certo de manter o fluxo energético da casa?

Eu mantenho coisas que absolutamente não têm função apenas porque gosto. Amo colecionar itens de lugares que visitei durante viagens, existem espaços na minha casa que não são super organizados.

Depois de testar muitos métodos, fazer centenas de mudanças na minha casa, posso dizer que não existe uma receita válida para todos. Não existe nada de errado em querer manter uma casa minimalista ou gostar de espaços com mais objetos.

Maximalismo

Eu sempre fui fã do estilo maximalista da designer Iris Apfel, que recentemente completou 101 vividos cercados de muitos, mas muitos objetos, coloridos, cheios de detalhes.

O ícone do maximalismo Iris Apfel. Tem um jeito certo de manter o fluxo energético da casa? Foto: @iris.apfel

O que importa mesmo é a intenção e o estado mental que mantemos ao escolher objetos, a maneira como cuidamos deles e o que eles significam.

Você prefere ter 100 objetos sem função expostos na sua sala que te trazem imensa felicidade ou ver uma sala organizada, apenas com itens que tem uma função específica porque decidiu seguir algum método de organização criado por uma pessoa que não tem nenhuma relação com você?

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