Alguns dizem que a prática da meditação da atenção plena (mindfullness) pode curar qualquer coisa. Isso pode torná-lo mais compassivo. Pode consertar seu hábito de procrastinação. Pode afastar os germes e melhorar a saúde. E isso pode aumentar sua saúde mental e reduzir o estresse, ansiedade, depressão e dor.
Novas pesquisas sugerem que, para pessoas com ansiedade, os programas de meditação da atenção plena podem ser benéficos após apenas uma sessão. Segundo o fisiologista da Universidade de Tecnologia de Michigan, John Durocher, que apresentou seu trabalho durante a reunião anual de Biologia Experimental em San Diego, Califórnia, em 23 de abril, a meditação pode reduzir as taxas de ansiedade em apenas uma sessão.
Como parte do estudo, Durocher e seus colegas pediram a 14 adultos com índices de ansiedade leve a moderada para participar de uma sessão de meditação guiada de uma hora, com foco na concentração na respiração e observação dos pensamentos.
Na semana anterior à sessão de meditação, os pesquisadores mediram a saúde cardiovascular dos participantes (por meio de dados como frequência cardíaca e pressão arterial na aorta). Eles avaliaram os mesmos marcadores imediatamente após o término da sessão e novamente uma hora depois. Eles também perguntaram aos participantes como eles se sentiam depois.
Outros estudos analisaram os benefícios da atenção plena após períodos prolongados, mas este sugere que os efeitos são imediatos. Os participantes mostraram redução significativa na ansiedade após a sessão única, um efeito que durou até uma semana depois. A sessão também reduziu o estresse nas artérias. A meditação “poderia ajudar a reduzir o estresse em órgãos como o cérebro e os rins e ajudar a prevenir condições como a pressão alta”, disse Durocher em comunicado à imprensa, ajudando a proteger o coração contra os efeitos negativos da ansiedade crônica.
Mas outros pesquisadores tiveram uma visão mais cautelosa sobre a pesquisa da atenção plena em geral, e especialmente sobre estudos tão pequenos quanto este. Em um artigo de 2017 da revista Perspectives on Psychological Science, um grupo de 15 especialistas diferentes avisou que os estudos de mindfulness nem sempre são confiáveis. “A desinformação e a metodologia inadequada, associadas a estudos anteriores de mindfulness, podem levar os consumidores a serem prejudicados, enganados e desapontados”, escreveram eles.
Mas uma das razões pelas quais a atenção plena ficou tão popular é que se trata de um tratamento de baixo investimento e baixo risco. Assim como os dentistas ainda recomendam o uso do fio dental, embora haja poucos estudos demonstrando sua eficácia contra a doença da gengiva, é fácil dizer às pessoas para meditarem. Pode funcionar, mas se isso não acontecer, provavelmente não vai te machucar. (Deve-se dizer que, em casos raros, algumas pessoas relatam ter tido experiências muito negativas com a meditação.) Mesmo que estudos ainda não tenha provado que a meditação pode mesmo te curar, ficar sentado e aliviar os pensamentos por alguns minutos provavelmente não vai doer.
Shaunacy Ferro, para o site Mental Floss (www.mentalfloss.com)