Hoje o assunto é como encontrar seu mestre. Sou jornalista de formação. Para esse profissional uma das coisas mais importantes é ter boas fontes. Para quem não é familiarizado com esse jargão, significa conhecer e ter acesso a pessoas que podem passar informações com credibilidade, muitas vezes exclusivas, o que é chamado de ‘furo jornalístico’.
Mas não é só disso que depende uma boa reportagem. Depois que uma informação é recebida de uma ‘fonte’, o jornalista parte logo para checar essa informação, ouvindo mais pessoas e sempre irá entrevistar pessoas com visões, opiniões e posições contrárias.
Isso serve para levar aos leitores/telespectadores/ouvintes/internautas uma informação correta acima de tudo, completa e, principalmente, isenta.
Quando decidi me dedicar ao estudo de artes milenares, questões ligadas à espiritualidade de maneira integral, essa prática de buscar e checar informações continuou me acompanhando, mesmo que isso não fosse uma decisão clara e racional.
Buscava a melhor pessoa, a instituição mais reconhecida, a ‘escola’ com mais credibilidade. E foi aí que esses adjetivos e advérbios começaram a cair por terra.
Primeiro, constatei o que já era óbvio: que não existe uma verdade absoluta. Por exemplo, existe apenas um Papa no mundo, mas ele não é referencia para todos, e seus ensinamentos, por mais universais que sejam, jamais vão tocar o coração de cada habitante desse planeta.
Depois, buscando novas ‘fontes’, lendo, conversando com pessoas, fazendo cursos, foi possível ir montando um quebra-cabeças com todas as informações recebidas. Isso quer dizer que mesmo que elas sejam diferentes, que se completam. Sempre! Não é raro inclusive ouvir as mesmas informações, às vezes de maneira idêntica de religiões, grupos, instituições que se dizem opostas.
Essa constatação me concedeu, definitivamente, a liberdade de não precisar escolher entre nenhuma ideologia, religião ou prática existente hoje. Em vez de rotular, retirei todas as etiquetas e hoje não pretendo tentar me encaixar em nenhum modelo de prática espiritual.
Essa atitude, que pode soar como distanciamento, foi, na verdade, o caminho que possibilitou minha maior inclusão no caminho da evolução espiritual.
Se antes, na minha antiga profissão, eu precisaria de, no mínimo, duas fontes antagônicas, hoje preciso de todas e, ao mesmo tempo, posso dispensar todas elas.
Não é fácil, admito! Mas venho feito vivências, estudos, rituais, meditações sempre com esse foco. Absorvo o que faz sentido para mim e vou me completando sem me desgastar, pensando se estou ou não fazendo a escolha correta.
Como diz a psicóloga, consultora de Feng Shui e escritora norte-americana Andie Santo Pietro: ‘Você vai encontrar seu próximo mestre na frente do espelho”.